O Mendigo
Crimes misteriosos e bárbaros vinham tirando o sossego da população na capital paulista. A sociedade exigia das autoridades responsáveis pela segurança a captura do, ou dos criminosos, no caso fosse mais de um. Orientado por autoridades políticas, o secretário de estado, para não perder o cargo que ocupava, precisava nas próximas horas apresentar a essa mesma sociedade um alguém, mesmo sendo inocente, como o autor das barbáries ocorridas. Com isso ele ganharia mais tempo para concluir suas investigações e colocar atrás das grades o, ou os verdadeiros culpados. Um cenário foi montado e um inocente foi pagar por crimes que não cometeu. Um mendigo foi apresentado à sociedade, pela mídia, como um dos criminosos, e que através dele se chegaria aos demais. Uma comissão formada pelo secretário de segurança do Estado e alguns políticos de influência, visitaram um presídio de segurança máxima e após colocarem um suborno em dinheiro na mão do diretor do presídio, fizeram com isso que o mesmo participasse do plano. A orientação era que, por se tratar de um inocente, o mendigo fosse bem tratado, inclusive estar em uma cela separada dos demais. O mendigo, que não ofereceu nenhuma resistência, porque sabia que era a sua palavra contra a das autoridades, preferiu ficar calado. Na prisão, quando tomando banho de sol junto aos outros detentos, atraiu para junto de si um bom número de ouvintes. Ele não lembrava-se de nada com relação à sua vida vivida antes da sua captura, parecia que a sua mente tinha sido apagada. Nem mesmo o seu nome ele lembrava. Porém, tinha respostas para tudo o que lhe fosse perguntado. O mendigo logo foi batizado pelos detentos com o nome de professor, pois era o nome que mais lhe assemelhava. O diretor do presídio, o senhor Mascarenhas, era tido como o mais temido entre os diretores penitenciários do país. Seus métodos, em muitas das vezes cruéis, o tornava respeitado e odiado ao mesmo tempo. Mascarenhas, que da janela de sua sala de trabalho no segundo pavimento do prédio via tudo o que se passava na área destinada ao lazer dos presos, ficou curioso para saber o porquê daquele grupo que sentava-se aos pés do mendigo para o ouvirem falar. Dia a dia o número de detentos ao redor do mendigo aumentava. E um certo dia, a curiosidade venceu Mascarenhas e ele pediu que lhe trouxessem à sua presença o mendigo. E este, quando lhe falou, o fez entender o porquê da sua popularidade entre os outros detentos. Mascarenhas fez como o rei Herodes diante de João Batista, sentiu prazer em ouvi aquele mendigo. E assim o teve como companhia diária. Aos poucos as coisas foram mudando de jeito naquele presídio. Em pouco tempo Mascarenhas, ao ter a sua vida virada do avesso por aquele estranho e ao mesmo tempo querido personagem, muda o seu modo de pensar e de agir, principalmente no modo de tratar os que viviam sob às suas ordens. O mendigo, antes de voltar às ruas, tendo a sua inocência declarada pelas autoridades que conseguiram por as mãos nos criminosos que vinham aterrorizando a capital e que pelos crimes de tais ele mendigo estava preso, fez com que Mascarenhas não mais fosse odiado, e sim um exemplo a ser seguido. De volta às ruas, o mendigo ou agora professor, arranja para si uma família: Pessoas que como ele, viviam sem identidade. Ele por não se lembrar quem era; e os outros por querer esquecer quem um dia foram. E ali, no convívio com estes, ao ter acesso à história de vida de cada um, no dia a dia, o mendigo professor torna-se um milagre na vida daqueles infelizes. Dia após dia o mendigo professor restaurava e devolvia à sociedade aqueles a quem ele escolhia para com ele andar pela cidade. Muitos ao verem um mendigo nas ruas fogem de sua presença. Será se um destes mendigos que andam por ai não é o mendigo professor, restaurador de vidas! É bom que nos atentemos a isso. "Vinde a Mim todos vós que estais cansados e Eu vos aliviarei", disse o Senhor. E disse mais: "Eu estava com fome e não Me deste de comer; com sede não Me deste de beber"; "Me fiz pobre para confundir os ricos".
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O Mendigo
Crimes misteriosos e bárbaros vinham tirando o sossego da população na capital paulista. A sociedade exigia das autoridades responsáveis pela segurança a captura do, ou dos criminosos, no caso fosse mais de um. Orientado por autoridades políticas, o secretário de estado, para não perder o cargo que ocupava, precisava nas próximas horas apresentar a essa mesma sociedade um alguém, mesmo sendo inocente, como o autor das barbáries ocorridas. Com isso ele ganharia mais tempo para concluir suas investigações e colocar atrás das grades o, ou os verdadeiros culpados. Um cenário foi montado e um inocente foi pagar por crimes que não cometeu. Um mendigo foi apresentado à sociedade, pela mídia, como um dos criminosos, e que através dele se chegaria aos demais. Uma comissão formada pelo secretário de segurança do Estado e alguns políticos de influência, visitaram um presídio de segurança máxima e após colocarem um suborno em dinheiro na mão do diretor do presídio, fizeram com isso que o mesmo participasse do plano. A orientação era que, por se tratar de um inocente, o mendigo fosse bem tratado, inclusive estar em uma cela separada dos demais. O mendigo, que não ofereceu nenhuma resistência, porque sabia que era a sua palavra contra a das autoridades, preferiu ficar calado. Na prisão, quando tomando banho de sol junto aos outros detentos, atraiu para junto de si um bom número de ouvintes. Ele não lembrava-se de nada com relação à sua vida vivida antes da sua captura, parecia que a sua mente tinha sido apagada. Nem mesmo o seu nome ele lembrava. Porém, tinha respostas para tudo o que lhe fosse perguntado. O mendigo logo foi batizado pelos detentos com o nome de professor, pois era o nome que mais lhe assemelhava. O diretor do presídio, o senhor Mascarenhas, era tido como o mais temido entre os diretores penitenciários do país. Seus métodos, em muitas das vezes cruéis, o tornava respeitado e odiado ao mesmo tempo. Mascarenhas, que da janela de sua sala de trabalho no segundo pavimento do prédio via tudo o que se passava na área destinada ao lazer dos presos, ficou curioso para saber o porquê daquele grupo que sentava-se aos pés do mendigo para o ouvirem falar. Dia a dia o número de detentos ao redor do mendigo aumentava. E um certo dia, a curiosidade venceu Mascarenhas e ele pediu que lhe trouxessem à sua presença o mendigo. E este, quando lhe falou, o fez entender o porquê da sua popularidade entre os outros detentos. Mascarenhas fez como o rei Herodes diante de João Batista, sentiu prazer em ouvi aquele mendigo. E assim o teve como companhia diária. Aos poucos as coisas foram mudando de jeito naquele presídio. Em pouco tempo Mascarenhas, ao ter a sua vida virada do avesso por aquele estranho e ao mesmo tempo querido personagem, muda o seu modo de pensar e de agir, principalmente no modo de tratar os que viviam sob às suas ordens. O mendigo, antes de voltar às ruas, tendo a sua inocência declarada pelas autoridades que conseguiram por as mãos nos criminosos que vinham aterrorizando a capital e que pelos crimes de tais ele mendigo estava preso, fez com que Mascarenhas não mais fosse odiado, e sim um exemplo a ser seguido. De volta às ruas, o mendigo ou agora professor, arranja para si uma família: Pessoas que como ele, viviam sem identidade. Ele por não se lembrar quem era; e os outros por querer esquecer quem um dia foram. E ali, no convívio com estes, ao ter acesso à história de vida de cada um, no dia a dia, o mendigo professor torna-se um milagre na vida daqueles infelizes. Dia após dia o mendigo professor restaurava e devolvia à sociedade aqueles a quem ele escolhia para com ele andar pela cidade. Muitos ao verem um mendigo nas ruas fogem de sua presença. Será se um destes mendigos que andam por ai não é o mendigo professor, restaurador de vidas! É bom que nos atentemos a isso. "Vinde a Mim todos vós que estais cansados e Eu vos aliviarei", disse o Senhor. E disse mais: "Eu estava com fome e não Me deste de comer; com sede não Me deste de beber"; "Me fiz pobre para confundir os ricos".
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Product Details
BN ID: | 2940157805180 |
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Publisher: | Clube de Autores |
Publication date: | 03/13/2016 |
Sold by: | Barnes & Noble |
Format: | eBook |
File size: | 106 KB |
Language: | Portuguese |
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